Eu vejo que as flores estão morrendo
Os campos aonde mantimentos deveria ter
Estão lutando em busca de bens e dinheiro
Para ver que no final atinge o poder...
*
Vejo crianças nas ruas mendigando o pão
E famílias gastando com jogos e desperdícios
Pessoas são esquecidas por praças todos os dias
E ninguém vê...
*
Os poetas foram todos calados
As palavras não se encaixam em poemas
As manhãs de outono já não tem mais prazer
O amor virou troca de interesses banais
Festejando a corrupção em carnavais
*
Eu vejo meus amigos convocados a morrer
Servindo uma nação que não serve a você
Solitários estão morrendo mais cedo
A água está quase a acabar
Da onde vemos tanto caos?
Será que vou acordar amanhã?
*
Vejo idosos jogados em asilos
Homens que adoram o barro, a água, as pedras e o mar..
Os animais não caçam mais
Porque já não existem animais
*
As notícias do jornais dizem:
"Acreditem cegamente em nós"
E os senhores e senhoras que pelas manhãs acordam
E compram seus jornais
São hipnotizados pelo contemporâneo
*
Se esquecem da paz que tantos procuram
São como videiras secas a andar
Sedentos pela água eterna
Portanto não acaba
Deixar a solidão que mata
*
Eu vejo nas ruas máscaras e máscaras
Atores num filme de terror
Que não tem momento do fim
O mocinho sempre morre no início
Assim como a senhora esperança
*
Vejo sendas de horror aterrorizarem as famílias
Ouço mil vozes clamando justiça
Mas é apenas morte, morte, morte, morte e morte
Devastando os oceanos na imensidão
Apavorando a lua no seu brilho esplendor
Será que suporta toda dor?
*
Será que você morre por amor?
De quem você veio e não aceitou?
Então pense fielmente
Porque se aventurar e chorar?
Quando se pode louvar
Custa apenas você tentar...
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